segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"Cheguei ao nome da cidade
Não à cidade mesma, espessa
Rio que não é rio: imagens
Essa cidade me atravessa"

Caetano













Foto: Minha

sábado, 12 de setembro de 2009

O NOME DA CIDADE - Caetano Veloso

Onde será que isso começa
A correnteza sem paragem
O viajar de uma viagem
A outra viagem que não cessa

Cheguei ao nome da cidade
Não à cidade mesma, espessa
Rio que não é rio: imagens
Essa cidade me atravessa

Ôôôôôôô ê boi! ê bus!

Será que tudo me interessa?
Cada coisa é demais e tantas
Quais eram minhas esperanças?
O que é ameaça e o que é promessa?

Ruas voando sobre ruas
Letras demais, tudo mentindo
O Redentor, que horror! Que lindo!
Meninos maus, mulheres nuas

Ôôôôôôô ê boi! ê bus!

A gente chega sem chegar
Não há meada, é só o fio
Será que pra meu próprio rio
Este rio é mais mar que o mar?

Ôôôôôôô ê boi! ê bus!
Sertão, sertão! ê mar!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

KARMA YOGA

"A verdade parece sempre vir de um país desconhecido, falando uma língua estrangeira."

Mestre Zu.


Se avexe não!* Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada. Se avexe não,
A lagarta rasteja até o dia em que cria asas.

Se avexe não! Que a "burrinha" da felicidade nunca se atrasa. Se avexe não,
Amanhã ela para na porta da sua casa.

Se avexe não! Toda caminhada começa no primeiro passo. A natureza não tem pressa, segue seu compasso: inexoravelmente chega lá.

Se avexe não! Observe quem vai subindo a ladeira: seja princesa, seja lavadeira, pra ir mais alto, vai ter que suar!


*A Natureza das coisas, de Accioly Neto, adaptação (pontuação): Luiz-eu.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Oração da saúde perfeita

Por Luiz Estellita Lins

Senhor,
Tenho me esquecido de como sua obra é perfeita,
De como os astros, estrelas, planetas, passeiam harmoniosamente pelo universo,
De como a menor de todas as partículas
É depositária de Seu poder infinito,
E de como este coração que bate no meu peito
É capaz de acolher e transbordar de amor.

Acho que este esquecimento não tem me feito muito bem,
E por isso eu peço:

Que meu corpo, minha mente, minha consciência,
Sejam como um jardim florido com a Sua presença,
Que minhas raivas, culpas, medos, mágoas, tristezas,
ignorância, ansiedades e preocupações
Sejam como uma neblina que se dissipa com Seu sopro.

Que eu entenda com perfeição, com toda a minha inteligência
e de todo o meu coração,
De agora em diante e para sempre,
Que nenhuma doença é maior que a Sua presença.
Que eu aprenda com alegria e entusiasmo,
Sem demora e sem mais sofrimentos,
Que são Seus os meus caminhos.

Obrigado por me sinalizar com (diga aqui o nome da doença da qual quer se curar)
Que uma simples oração opera todos os milagres,
Que uma simples oração já é um milagre.

Que eu me cure completamente,
Assim seja.

(Sugiro repetir esta oração cada. vez que tomar seu remédio, e não se surpreenda: você vai ser curado/a!)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O QUE É QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI?


O erro é chamado de ignorância. Daí o indivíduo passa a encontrar ignorância em tudo quanto é lugar, como se ignorância fosse uma coisa.

O guerreiro Arjuna, na Bhagavad Gita, representa este indivíduo cheio de boa-vontade e perdido em sua própria casa, à procura de uma coisa que não existe senão como projeção de sua própria ignorância. É em meio a esta projeção que ele tenta dar sentido ao mundo, procurando um mundo interior, um mundo fora do mundo para o qual ele não encontra sentido. Arjuna é o homem comum, ali, ajoelhado, desencantado, excessivamente presente, excessivamente lúcido, ao mesmo tempo em que tudo parece lhe faltar, a voz, o controle, a coragem.

"O que é que eu estou fazendo aqui?", ele pergunta para si mesmo. "O que é que eu estou fazendo aqui?", ele pergunta, para sua sorte e fortuna, ao amigo e mestre Krishna. Krishna, que conhecia todas as respostas, compadecido de seu cúmplice e parceiro, respondeu-lhe, numa língua que só Arjuna seria capaz de compreender perfeitamente.

Os eruditos, que são os ignorantes, estudam o sânscrito, como se esta fosse a língua dos ensinamentos. O sânscrito é a língua do texto e não da alma. Só o texto foi escrito, só o texto pode ser traduzido, a alma, jamais. Que reste ao menos a lição de, em algum momento, levantar-se a voz e perguntar, o que é que eu estou fazendo aqui? E, se tudo correr como deve, advirá uma resposta à alma, dita pelo mesmo Krishna, profundo como a escuridão e reluzente como a lua.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ONDE ESTÃO OS DEUSES?

O mundo não procura mais a sabedoria, procura apenas um alento para a dor e o sofrimento que se instala quando não procuramos mais a sabedoria. Vive-se à espera de um milagre e isto não tem nada a ver com a felicidade. Vive-se como se todos os acontecimentos pudessem ser determinados pela vontade e pelo esforço das próprias mãos e isto torna-se causa de grandes desastres. Falta espaço na inteligência, falta tempo para acertar o passo e voltar a fazer parte do todo. A sabedoria tornou-se a procura isolada de poucos. Mas ela inevitavelmente se fortalece e prevalece. Seu poder é maior que o poder de todas as armas.